quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Algum dia entre 1994 e 1995

Essa é a lembrança mais antiga que tenho, mas não tenho garantia de que ela seja minha, individualmente falando. Sei que existe uma foto (muito bonitinha, por sinal) que me remete à seguinte memória:

Primeiro, o local: quintal da minha tia Rose (lugar de onde tenho outra lembrança, nada boa, que fica para outro post). A casa dessa tia era muito bonita, com um quintal gramado que tinha umas pedras que levavam até a porta de entrada. Com árvores e, desagradavelmente, formigas.

Eu estava com a minha mãe, que tinha o cabelo curtinho muito bonito. Eu tinha entre 4 e 5 anos, não era mais tão gordinha e usava um vestidinho estampado, meio preto com estampas vermelhas.

Pra ajudar na imaginação:


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

11/9

Era uma terça-feira, dia de aula de geografia. Sexta série é serious bussiness. Com 11 anos, a última coisa com que eu me preocupava era com a situação política do mundo, sem falar que nunca tinha ouvido nada sobre atentados terroristas.

Sei que fomos liberados cedo da escola, pois a professora de geografia (de quem a aula era no último tempo) não compareceu. Pensei "opa, vou pra casa assistir desenho", mas quando cheguei, me deparei com dois prédios pegando fogo, e logo em seguida um deles desabou sem motivo aparente. Eu ainda não sabia da questão "ataque-terrorista-sequestro-de-avião".

Me lembro, também, que no dia seguinte cheguei no colégio e todos estavam com "cara de enterro". Eu tentei puxar assunto mencionando o que ocorrera no dia anterior:

-Vocês viram o que aconteceu ontem?

E fui recebida com grosseria, como se a culpa de "Dragon Ball Z não ter passado ontem" fosse minha. A verdade é que a minha memória sobre o 11 de setembro, em 2001, foi construída com influência direta do vídeo abaixo.



11 de setembro de 2001, pra mim, foi nada mais que um dia inteiro de "Globo News" na TV aberta.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

9/11



11 de Setembro de 2001 - O dia em que a TV ficou ligada 24 horas

Da estratégia de vitimização do EUA que conferiu legitimidade aos ataques e atrocidades posteriores à referida data só me passa pela mente agora. O que de fato lembro do famigerado atentado dos tenebrosos e implacáveis terrorista - aquela galera TODA generalizada do Middle East - é a TV ligada o dia inteiro num loop eterno das cinzas das Torres Gêmeas. Triste, é verdade, mas nada comparado a mais de 6 anos de invasão e morte no Iraque, mas vamos deixar essa memória adormecida, sociedade.

Pouco sabia da magnitude do acontecimento e dos desenvolvimentos e transformações na conjuntura mundial: a criação de UM inimigo destituído de humanidade, o reforço das estereotipias do Oriente, o apelo melodramático das narrativas de uma supremacia de armas nucleares que se viu na 'obrigação' de fazer justiça com seus brinquedos, a cobertura fluida mas ainda nos moldes broadcast que parece que paradoxalmente promove invisibilidade, etc... No entanto, as imagens das torres atacadas ainda ficam aqui na mente e de ano em ano com ou sem produções cinematográficas, nunca me deixaram esquecer.

Lembro também que minhas únicas preocupações eram se os atentados iriam vir pro Brasil, o que me deixou com mais medo; e se ainda seria possível ir pra Disney depois de tudo isso (ok, shame on me - filho único por muito tempo tem dessas coisas, né?)

No fim das contas, aprendi que terrorismo a gente vê até em pequenas ações do cotidiano; que a Disney é mais infantil do que eu previa; que dou graças a Deus pela internet não deter o monopólio da fala e das imagens dos grandes meios de comunicação e que por muitos e muitos anos serei vítima do terrorismo de TODO MUNDO que não me permitirá esquecer a tragédia mais impactante do século XXI.

Só fico me perguntando se TODO MUNDO lembra o que ocorreu, sei lá, em Auschwitz...