Essa é a lembrança mais antiga que tenho, mas não tenho garantia de que ela seja minha, individualmente falando. Sei que existe uma foto (muito bonitinha, por sinal) que me remete à seguinte memória:
Primeiro, o local: quintal da minha tia Rose (lugar de onde tenho outra lembrança, nada boa, que fica para outro post). A casa dessa tia era muito bonita, com um quintal gramado que tinha umas pedras que levavam até a porta de entrada. Com árvores e, desagradavelmente, formigas.
Eu estava com a minha mãe, que tinha o cabelo curtinho muito bonito. Eu tinha entre 4 e 5 anos, não era mais tão gordinha e usava um vestidinho estampado, meio preto com estampas vermelhas.
Pra ajudar na imaginação:
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
11/9
Era uma terça-feira, dia de aula de geografia. Sexta série é serious bussiness. Com 11 anos, a última coisa com que eu me preocupava era com a situação política do mundo, sem falar que nunca tinha ouvido nada sobre atentados terroristas.
Sei que fomos liberados cedo da escola, pois a professora de geografia (de quem a aula era no último tempo) não compareceu. Pensei "opa, vou pra casa assistir desenho", mas quando cheguei, me deparei com dois prédios pegando fogo, e logo em seguida um deles desabou sem motivo aparente. Eu ainda não sabia da questão "ataque-terrorista-sequestro-de-avião".
Me lembro, também, que no dia seguinte cheguei no colégio e todos estavam com "cara de enterro". Eu tentei puxar assunto mencionando o que ocorrera no dia anterior:
-Vocês viram o que aconteceu ontem?
E fui recebida com grosseria, como se a culpa de "Dragon Ball Z não ter passado ontem" fosse minha. A verdade é que a minha memória sobre o 11 de setembro, em 2001, foi construída com influência direta do vídeo abaixo.
11 de setembro de 2001, pra mim, foi nada mais que um dia inteiro de "Globo News" na TV aberta.
Sei que fomos liberados cedo da escola, pois a professora de geografia (de quem a aula era no último tempo) não compareceu. Pensei "opa, vou pra casa assistir desenho", mas quando cheguei, me deparei com dois prédios pegando fogo, e logo em seguida um deles desabou sem motivo aparente. Eu ainda não sabia da questão "ataque-terrorista-sequestro-de-avião".
Me lembro, também, que no dia seguinte cheguei no colégio e todos estavam com "cara de enterro". Eu tentei puxar assunto mencionando o que ocorrera no dia anterior:
-Vocês viram o que aconteceu ontem?
E fui recebida com grosseria, como se a culpa de "Dragon Ball Z não ter passado ontem" fosse minha. A verdade é que a minha memória sobre o 11 de setembro, em 2001, foi construída com influência direta do vídeo abaixo.
11 de setembro de 2001, pra mim, foi nada mais que um dia inteiro de "Globo News" na TV aberta.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
9/11
11 de Setembro de 2001 - O dia em que a TV ficou ligada 24 horas
Da estratégia de vitimização do EUA que conferiu legitimidade aos ataques e atrocidades posteriores à referida data só me passa pela mente agora. O que de fato lembro do famigerado atentado dos tenebrosos e implacáveis terrorista - aquela galera TODA generalizada do Middle East - é a TV ligada o dia inteiro num loop eterno das cinzas das Torres Gêmeas. Triste, é verdade, mas nada comparado a mais de 6 anos de invasão e morte no Iraque, mas vamos deixar essa memória adormecida, sociedade.
Pouco sabia da magnitude do acontecimento e dos desenvolvimentos e transformações na conjuntura mundial: a criação de UM inimigo destituído de humanidade, o reforço das estereotipias do Oriente, o apelo melodramático das narrativas de uma supremacia de armas nucleares que se viu na 'obrigação' de fazer justiça com seus brinquedos, a cobertura fluida mas ainda nos moldes broadcast que parece que paradoxalmente promove invisibilidade, etc... No entanto, as imagens das torres atacadas ainda ficam aqui na mente e de ano em ano com ou sem produções cinematográficas, nunca me deixaram esquecer.
Lembro também que minhas únicas preocupações eram se os atentados iriam vir pro Brasil, o que me deixou com mais medo; e se ainda seria possível ir pra Disney depois de tudo isso (ok, shame on me - filho único por muito tempo tem dessas coisas, né?)
No fim das contas, aprendi que terrorismo a gente vê até em pequenas ações do cotidiano; que a Disney é mais infantil do que eu previa; que dou graças a Deus pela internet não deter o monopólio da fala e das imagens dos grandes meios de comunicação e que por muitos e muitos anos serei vítima do terrorismo de TODO MUNDO que não me permitirá esquecer a tragédia mais impactante do século XXI.
Só fico me perguntando se TODO MUNDO lembra o que ocorreu, sei lá, em Auschwitz...
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